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sábado, 25 de maio de 2013

Amar o diabo

Parece-me agora muito mais sensato amar o diabo do que amar deus. Mas não falo do diabo no qual estão acostumados. Não falo de um ser maligno, de um anjo caído, muito menos de um monstro que espera para castigar eternamente os homens.

O diabo é a voz em nossas cabeças que fala sobre uma nova verdade. É a voz que nos faz questionar, duvidar. Houve um tempo em que tais palavras eram perigosas. Duvidar era pecado - e ainda é. É necessário duvidar. Porque somente os que duvidam, os que se levantam, os que clamam por um mundo onde não se obedeça de forma submissa às vontades inquestionáveis do alto escalão da sociedade, somente esses é que conseguiram mudar o mundo. Evoluir!

E devemos evoluir sempre! O diabo é essa voz subversiva. É nada mais que luz em nossos caminhos. Talvez por isso o associem tanto às trevas, para confundir a mente de quem ainda se vê como ovelha, quando na verdade não existe rebanho.

O diabo mostra a verdade sobre o pastor. Não existe "bom pastor". A imagem de pastor, sempre vista de forma positiva, deveria ser exposta a uma avaliação mais racional. Um pastor cria ovelhas não porque as ama, não porque quer guiá-las para um caminho melhor. Ele as cria para poder lucrar com sua lã, e, quando uma ovelha não lhes é mais produtiva eles a abatem e vendem sua carne. Quando se depararem com um homem se denominando pastor, afastem-se, pois não são ovelhas, nem queiram ser!

O suposto deus da luz, na verdade só leva os homens para a escuridão. Os torna cegos, submissos, impotentes. Acaba com o indivíduo. O torna apenas mais uma ovelha, esperando cegamente pelo momento do abate.

O diabo, chamado de "senhor das trevas" por aqueles que querem lucrar com os rebanhos, mostra que não devemos sucumbir à essa vida vazia. Cada homem tem o poder de mudar o mundo. Falo aqui "homem" para me referir a toda a humanidade. É importante lembrar que a mulher tem o mesmo poder revolucionário e deve sempre caminhar lado a lado com os homens, pois são iguais, ao mesmo tempo que diferentes.

O "deus da luz" não acha que as mulheres são iguais aos homens e, por isso, desenvolveu papéis para a mulher desempenhar e reprime toda aquela que resolve viver a vida da forma que desejar. O "deus da luz" é machista, é homofóbico, é controlador, é tirano. O diabo é libertador, racional e revolucionário.

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